A história dos troianos começou em mito. De acordo com a mitologia grega, os troianos foram os antigos cidadãos de Troia (Ílion em latim, Wilusa em textos hititas), hoje um sítio arqueológico (ver foto mais abaixo) em Hisarlik, na província de Çanakkale, na região da Anatólia, na atual Turquia.

Troia era conhecida por seus ricos ganhos oriundos do comércio portuário entre o leste e o oeste, por suas roupas pomposas, pela produção de ferro e pelas maciças muralhas de defesa.

A família real troiana partiu de Dardanus, filho mitológico de Electra e de Zeus, que reinou em toda a região de Troia, chamada de Dardânia em sua homenagem.

Na época da Guerra de Troia, descrita na Ilíada, um dos poemas atribuídos a Homero, e que teria ocorrido entre 1193 e 1183 a.C., a cidade estava no apogeu. Seu rei, Príamo, casado com Hécuba, tinha enorme quantidade de filhos e filhas (14, 19 ou 50, conforme a versão). O mais valente e forte de todos, Heitor, conduziu a luta contra os gregos.

Segundo a lenda, outro dos filhos de Príamo, Páris, foi a causa imediata da guerra. Instado por Afrodite, raptou a belíssima Helena, esposa de Menelau, rei da cidade-estado grega de Esparta, e foi se refugiar com ela em Troia.

Oficialmente, foi para vingar essa afronta que Menelau e seus aliados atacaram a cidade. Naturalmente, as imensas riquezas de Tróia pesaram um pouco na balança. Após os dez anos de cerco, os gregos arrasaram Troia, mataram o velho rei Príamo, todos os homens e crianças do sexo masculino, escravizaram as mulheres e, é claro, recuperaram Helena.

De acordo com o Livro da História dos Francos (século VIII), após a queda de Troia 12000 troianos, chefiados por Príamo e Antenor, refugiaram-se no rio Tanais e instalaram-se na Panônia, próximo ao mar de Azov, onde fundaram a cidade de Sicambria. 

Com a queda de Troia, Eneias, um corajoso guerreiro troiano, na versão dada por Virgilio em sua obra Eneida, deixou a cidade levando consigo sua esposa Creusa, o filho Iulo ou Ascânio, seu velho pai Anquises e vários soldados. Após sua esposa desaparer sem deixar vestígios, ele embarcou em um navio pelo Mar Mediterrâneo e aportou em Creta, onde construiu a cidade de Pergamo.

Após abandonar Creta, devido a uma seca e a uma epidemia, ele aportou na Itália, depois de passar por diversos locais, como a Sícilia, onde morreu seu pai, e por Cartago, onde tornou-se amante de Dido, rainha e fundadora desta cidade africana.

Na Itália Eneias foi para Lázio, onde o rei Latino ofereceu-lhe terras e a mão de sua filha Lavínia (antes prometida a Turno, rei dos rútulos), pois havia uma profecia que dizia que Lavínia deveria casar-se com um estrangeiro, para assim dar origem a uma raça poderosíssima, que governaria o mundo.

Na iminência de perder a princesa prometida e em consequência o reino, Turno declarou guerra a Eneias e aos seus troianos. Porém o rei Latino interviu, sugerindo um combate apenas entre Eneias e Turno. O vencedor se casaria com Lavinia. Eneias venceu Turno e casou-se com Lavinia, mas abdicou do trono em favor do seu filho Iulo e voltou para reconstruir Troia. 

Após a morte de Eneias Iulo fundou Alba Longa e seus descendentes foram reis sucessivos. Quase 400 anos depois, Reia Silvia, filha de descendentes de Eneias, deu a luz aos gêmeos Rômulo e Remo, que fundariam Roma no ano 753 a.C., dando origem ao Grande Império Romano.

No filme Troia, de 2004, do diretor Wolfgang Petersen, o príncipe Páris entrega "a espada de Troia" a um jovem que estava fugindo da cidade em chamas (identificado como Eneias) ao lado de um velho (que seria seu pai Anquises).

Nos anos 1870 o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann escavou a área onde Troia teria existido. As escavações revelaram várias cidades construídas uma sobre a outra. Uma das cidades (Troia VII - ver ilustrações abaixo) é frequentemente identificada com a Troia homérica.

Referências:

https://greciaantiga.org/arquivo.asp?num=0664&opc=mtro0664

https://pt.wikipedia.org/wiki/Troia

https://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2010/11/eneias-um-mito-de-origem-da-italia.html